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Etarismo: preconceito com a idade e os impactos

Recentemente, um vídeo no qual três universitárias faziam “piada” sobre uma colega de faculdade por ela ter 40 anos de idade viralizou na internet e gerou comoção. O comportamento, repudiado por muitos internautas, trouxe à tona a questão do etarismo ou idadismo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o etarismo fala de um conjunto de crenças, estereótipos e comportamentos discriminatórios que estão direcionados a pessoas com base na sua idade.  

“O etarismo pode se apresentar de forma velada, através de brincadeiras e piadas, ou de forma direta e acintosa, como aconteceu no caso da universitária. Ainda na mentalidade de que pessoas acima dos 40 estão no fim da carreira, quando, na verdade, a gente sabe que elas podem, perfeitamente, estar reformulando a sua vida profissional e desenvolvendo novas habilidades. O etarismo restringe as oportunidades e prejudica de forma sistemática o indivíduo”, explica Juliana Lopes Massapust, psicóloga, terapeuta cognitivo-comportamental e doutora em Neurociências.  

A profissional também explica o porquê de o termo estar em destaque nos últimos dias. “O etarismo está muito presente na mídia. Principalmente, quando a gente vê grandes shows, atores retornando ao trabalho, fazendo uma novela, por exemplo. A avaliação das pessoas é feita de acordo com a idade e a estética. E a pressão para que essas artistas se mantenham jovens como eram há 20, 30 anos. A mídia influencia, diretamente, em como a gente vai tratar o processo de envelhecimento e como a gente vai lidar com os idosos. Quais ideias nós vamos desenvolver sobre o processo de envelhecimento, o nosso e o do outro”.  

Para Juliana, a sociedade, definitivamente, não está preparada para lidar com o envelhecimento. “Existe uma pressão enorme para ser e permanecer jovem. O que são avaliadas são as competências associadas à jovialidade, como agilidade, rapidez e a manutenção de um corpo jovem. E para que isso seja possível, a gente adere a uma série de procedimentos que vão ajudar neste processo: tratamentos estéticos e até intervenções cirúrgicas. Tudo para que o indivíduo não aparente ter a idade que tem. Mas a expectativa de vida da população mundial está subindo. Isso significa que as pessoas vão passar mais tempo na terceira idade. Por isso, é muito importante que a gente comece a desmistificar algumas questões ligadas à idade. Vamos ter que aceitar as modificações físicas, psicológicas e emocionais que chegam com o tempo”.  

E neste cenário tão polêmico, quem mais sofre é a mulher. “As mulheres tendem a repetir um padrão internalizado na sociedade de maior cobrança, principalmente estético. Então, elas acabam reproduzindo falas mais preconceituosas em relação à idade de uma outra mulher. É importante a gente olhar para este fenômeno de forma global, para trabalhar de maneira estrutural, com políticas e leis que consigam diminuir a discriminação por idade. Trabalho educacional nas empresas e nas escolas, por exemplo, para que as pessoas entendam desde cedo que o desenvolvimento humano é composto de fases e essa é só mais uma”, finaliza.  

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