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Saúde Mental

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Pandemia traz à tona debate sobre saúde mental

A pandemia da Covid-19 acelerou um fenômeno que profissionais de saúde já estavam observando uma tendência, há um tempo: a busca por ajuda e cuidados com a saúde mental. Segundo pesquisa Datafolha, de cada 10 indivíduos, pelo menos quatro relataram problemas psicológicos, como ansiedade ou depressão, desde o início da crise do coronavírus.

Antes da eclosão de casos de Covid, as pessoas já vinham procurando caminhos para alcançar o autocuidado, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e os movimentos importantes sobre respeito aos diferentes tipos de corpos. A partir da pandemia, a discussão sobre saúde mental e seus pilares estão no topo dos temas debatidos pela sociedade.

Juliana Lopes Fernandes, psicóloga, doutora em Neurociências, doutoranda em Psicologia e certificada em Terapia Cognitivo Comportamental, Transtornos Alimentares e Terapias de Terceira Onda, explica que o cuidado com a mente envolve uma série de questões. “Quando pensamos em saúde mental, falamos do equilíbrio entre pontos psicológicos, resiliência e estratégias de enfrentamento de problemas relacionados à família, relacionamento, trabalho, alimentação, atividade física, lazer, questões econômicas e políticas, acesso a políticas públicas e pertencimento ao grupo. Como é possível ver, saúde mental engloba muitas questões, e a importância de cada uma delas irá variar de pessoa para pessoa. Por isso, falamos de equilíbrio, onde um desses fatores pode estar mais presente que outro, mas tornando a vida funcional e prazerosa”.

Segundo a profissional, com a pandemia e todas as suas repercussões, os pilares da saúde mental foram atingidos: preocupação com a saúde, medo de contaminação, problemas financeiros e desemprego. Após dois anos, os profissionais de saúde precisam pensar em como atenuar e lidar com essas novas queixas e problemas ligados à saúde mental.  

“Eu costumo dizer que o primeiro ponto é difundir informações sobre onde buscar atendimento psicológico e psiquiátrico, na rede SUS e em faculdades de psicologia e medicina, que oferecem atendimentos de baixo custo. É muito importante que o acesso ao atendimento em saúde mental especializado seja feito. Além disso, precisamos falar sobre saúde mental sem estereótipos, sem tabus e sem nenhum tipo de "glamourização" para que as pessoas possam buscar ajuda especializada, reconhecendo o seu sofrimento e buscando auxílio para viver melhor”.

Para fugir dos vilões que prejudicam a saúde mental, pesquisas apontam que é importante evitar estresse, ansiedade patológica (aquela ansiedade que impede de fazer algo, de viver bem), falta de atividade física e falta de lazer. “Também é importante que a pessoa estabeleça e conheça seus valores de vida, aquilo que a faz levantar da cama e fazer o que precisa ser feito. A gente entende valor como aquilo que vai nortear a nossa vida, as nossas escolhas e, também, quem a gente vai querer ser. Então, esses vilões da saúde mental acabam nos afastando dessa vida valiosa, e dos nossos reais valores”.  

Cuidar da saúde mental também é a ferramenta básica para diminuir os riscos da depressão, já citada por especialistas como a patologia que pode protagonizar a próxima pandemia que afetará o mundo. Estudos epidemiológicos já apontam um crescimento significativo de casos de ansiedade e depressão, além do aumento desenfreado de medicações para esses casos, indicando a automedicação, o que, segundo os profissionais, é extremamente perigoso.  

Para Juliana Fernandes é preciso desmistificar a ideia que cuidar da saúde mental é sinal de fraqueza e que ter depressão é falta do que fazer. “Precisamos divulgar que os transtornos mentais, como depressão e ansiedade têm bases biológicas, ou seja, existem alterações químicas no cérebro que deixam a pessoa mais vulnerável a esses quadros. Então, não é uma escolha ter ou não depressão”, afirma.

Segundo a psicóloga, para minimizar a possibilidade de ter um quadro depressivo é preciso promover o acesso à saúde como um todo: iniciativas de lazer, atividade física e médicos de família, com acompanhamento regular.  

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